(UFGD 2018) Leia os trechos a seguir retirados do romance Cem anos de solidão (1967), de Gabriel Garcia Marques, e assinale a alternativa ...
(UFGD 2018) Leia os trechos a seguir retirados do romance Cem anos de solidão (1967), de Gabriel Garcia Marques, e assinale a alternativa correta.
TRECHO 1
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.
TRECHO 2
[...] apesar de todo mundo considerá-lo louco, José Arcadio Segundo era naquele tempo o habitante mais lúcido da casa. Ensinou o pequeno Aureliano a ler e a escrever, iniciou-o no estudo dos pergaminhos e incutiu-lhe uma interpretação tão pessoal do que significou para Macondo a companhia bananeira que muitos anos depois, quando Aureliano se incorporasse ao mundo, haveria de se pensar que contava uma versão alucinada, porque era radicalmente contrária à falsa que os historiadores tinham admitido e consagrado nos textos escolares.
TRECHO 3
Muitos anos depois, esse menino haveria de continuar contando, sem que ninguém acreditasse, que tinha visto o tenente lendo com um megafone de vitrola o decreto Número 4 do Chefe Civil e Militar da província, assinado pelo General Carlos Cortes Vargas e pelo seu secretário, o Major Henrique García Isaza, que em três artigos de oitenta palavras classificava os grevistas de quadrilha de malfeitores e facultava ao exército o direito de matá-los a bala.
(A) A expressão “muitos anos depois”, recorrente nos trechos, é também recorrente na narrativa; por ela o leitor sabe sobre a posição restrita dos muitos narradores do romance em relação ao seu conhecimento do passado, do presente e do futuro da história contada, além disso, pela expressão, evidencia-se a incapacidade desses narradores de acessarem ações, pensamentos e sentimentos dos personagens nos vários tempos mencionados.
(B) A tensão entre os protagonistas do romance e seus inimigos, tensão presente em dois dos trechos, é recorrente em toda narrativa; a violência decorrente dessa tensão é abordada de modo onisciente pelo narrador, que dialoga criticamente com a história oficial, a qual é representada, no romance, como expressão do poder sociopolítico-econômico, imperialista, conservador e antipopular colombiano.
(C) O conflito entre a versão familiar e a versão oficial dos fatos é recorrente nos trechos e na narrativa; esta atravessa em detalhes a vida das gerações de uma única família colombiana, proporciona aos membros dessa família o direito de narrar suas próprias vivências, em primeira pessoa, explicitando a violenta história oficial, imperialista, conservadora e antipopular colombiana, que invariavelmente os oprime.
(D) A tensão entre sanidade mental e loucura, presente num dos trechos, é recorrente em toda narrativa; esta é construída por um narrador onisciente, que transita pelos diversos tempos, narrador que, contudo, prefere manter silêncio sobre as mentiras da história oficial colombiana, inscrita nos livros escolares, a qual tenta se impor, via narrador, como a única versão racional e sadia da realidade do país.
(E) O contraste entre passado e presente, recorrente nos três trechos, é recorrente também na narrativa; esta procura apresentar, de modo isento, as diversas versões da história oficial colombiana, sob a ótica narrativa e comprometida de diversos membros de uma única família de classe alta, ao longo de uma cronologia linear, sem idas e vindas, cujo resultado é atenuar o contraste entre as várias versões.
QUESTÃO ANTERIOR:
- (UFGD 2018) Analise os dois trechos a seguir da peça Quase ministro (encenada pela primeira vez em 1862), de Machado de Assis.
RESPOSTA:
(B) A tensão entre os protagonistas do romance e seus inimigos, tensão presente em dois dos trechos, é recorrente em toda narrativa; a violência decorrente dessa tensão é abordada de modo onisciente pelo narrador, que dialoga criticamente com a história oficial, a qual é representada, no romance, como expressão do poder sociopolítico-econômico, imperialista, conservador e antipopular colombiano.
PRÓXIMA QUESTÃO:
- (UFGD 2018) Leia o seguinte trecho do conto A hora e a vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa.
TRECHO 1
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.
TRECHO 2
[...] apesar de todo mundo considerá-lo louco, José Arcadio Segundo era naquele tempo o habitante mais lúcido da casa. Ensinou o pequeno Aureliano a ler e a escrever, iniciou-o no estudo dos pergaminhos e incutiu-lhe uma interpretação tão pessoal do que significou para Macondo a companhia bananeira que muitos anos depois, quando Aureliano se incorporasse ao mundo, haveria de se pensar que contava uma versão alucinada, porque era radicalmente contrária à falsa que os historiadores tinham admitido e consagrado nos textos escolares.
TRECHO 3
Muitos anos depois, esse menino haveria de continuar contando, sem que ninguém acreditasse, que tinha visto o tenente lendo com um megafone de vitrola o decreto Número 4 do Chefe Civil e Militar da província, assinado pelo General Carlos Cortes Vargas e pelo seu secretário, o Major Henrique García Isaza, que em três artigos de oitenta palavras classificava os grevistas de quadrilha de malfeitores e facultava ao exército o direito de matá-los a bala.
(A) A expressão “muitos anos depois”, recorrente nos trechos, é também recorrente na narrativa; por ela o leitor sabe sobre a posição restrita dos muitos narradores do romance em relação ao seu conhecimento do passado, do presente e do futuro da história contada, além disso, pela expressão, evidencia-se a incapacidade desses narradores de acessarem ações, pensamentos e sentimentos dos personagens nos vários tempos mencionados.
(B) A tensão entre os protagonistas do romance e seus inimigos, tensão presente em dois dos trechos, é recorrente em toda narrativa; a violência decorrente dessa tensão é abordada de modo onisciente pelo narrador, que dialoga criticamente com a história oficial, a qual é representada, no romance, como expressão do poder sociopolítico-econômico, imperialista, conservador e antipopular colombiano.
(C) O conflito entre a versão familiar e a versão oficial dos fatos é recorrente nos trechos e na narrativa; esta atravessa em detalhes a vida das gerações de uma única família colombiana, proporciona aos membros dessa família o direito de narrar suas próprias vivências, em primeira pessoa, explicitando a violenta história oficial, imperialista, conservadora e antipopular colombiana, que invariavelmente os oprime.
(D) A tensão entre sanidade mental e loucura, presente num dos trechos, é recorrente em toda narrativa; esta é construída por um narrador onisciente, que transita pelos diversos tempos, narrador que, contudo, prefere manter silêncio sobre as mentiras da história oficial colombiana, inscrita nos livros escolares, a qual tenta se impor, via narrador, como a única versão racional e sadia da realidade do país.
(E) O contraste entre passado e presente, recorrente nos três trechos, é recorrente também na narrativa; esta procura apresentar, de modo isento, as diversas versões da história oficial colombiana, sob a ótica narrativa e comprometida de diversos membros de uma única família de classe alta, ao longo de uma cronologia linear, sem idas e vindas, cujo resultado é atenuar o contraste entre as várias versões.
QUESTÃO ANTERIOR:
- (UFGD 2018) Analise os dois trechos a seguir da peça Quase ministro (encenada pela primeira vez em 1862), de Machado de Assis.
RESPOSTA:
(B) A tensão entre os protagonistas do romance e seus inimigos, tensão presente em dois dos trechos, é recorrente em toda narrativa; a violência decorrente dessa tensão é abordada de modo onisciente pelo narrador, que dialoga criticamente com a história oficial, a qual é representada, no romance, como expressão do poder sociopolítico-econômico, imperialista, conservador e antipopular colombiano.
PRÓXIMA QUESTÃO:
- (UFGD 2018) Leia o seguinte trecho do conto A hora e a vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa.
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