UEL 2018: Leia o texto a seguir. Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores, nuvens carregadas acumulando-se no céu, ava...
UEL 2018: Leia o texto a seguir.
Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores, nuvens carregadas acumulando-se no céu, avançando com relâmpagos e estampidos, vulcões em sua inteira força destruidora, furacões com a devastação deixada para trás, o ilimitado oceano revolto, uma alta queda d’água de um rio poderoso etc. tornam nossa capacidade de resistência de uma pequenez insignificante em comparação com o seu poder. Mas o seu espetáculo só se torna tanto mais atraente quanto mais terrível ele é, contanto que, somente, nos encontremos em segurança; e de bom grado denominamos estes objetos sublimes, porque eles elevam a fortaleza da alma acima de seu nível médio e permitem descobrir em nós uma faculdade de resistência de espécie totalmente diversa, a qual encoraja a medir-nos com a aparente onipotência da natureza.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o juízo de gosto e o sublime na estética moderna, particularmente em Kant, assinale a alternativa correta.
a) O conceito de beleza, resultante da atividade do entendimento, permite apreender o sentido dos eventos ameaçadores, protegendo o sujeito da destruição.
b) Os elementos da natureza compõem o núcleo da teoria kantiana do juízo de gosto, constituindo, também, parte importante da sua concepção de gênio.
c) Os eventos naturais de proporções ameaçadoras provocam nosso interesse quando nos situam na possibilidade iminente de sermos por eles destruídos.
d) O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza.
e) A faculdade de resistência à dimensão ameaçadora e destruidora dos eventos naturais de grande magnitude é a faculdade produtora do belo.
Questão anterior:
- UEL 2018: Analise o gráfico a seguir.
Conteúdo programático:
3° Eixo temático: problemas estéticos na Filosofia.
Resolução:
a) Incorreta. Não existe conceito de beleza. Conceito resulta da atividade do entendimento, enquanto que o juízo do belo é subjetivo, não conceitual, relativo ao aprazimento. Além disso, não é a posse de um conceito de beleza que protege o indivíduo da destruição, e sim a percepção de uma distância suficiente que separa o indivíduo do evento ameaçador.
b) Incorreta. Os elementos da natureza não compõem, nem a teoria kantiana do juízo de gosto, tampouco sua teoria do gênio. Kant fala em natureza como algo que é possível compreender racionalmente a partir de uma analogia com a teleologia (sistema organizado com relação a fins). Mas é uma “analogia fraca”, pois Kant não afirma absolutamente que a natureza é organizada “conforme a fins”, e sim, que é “como se fosse” organizada “conforme a fins”.
c) Incorreta. A diferença entre o terror e o sublime, consiste em que, no primeiro, há a possibilidade efetiva da destruição; já no segundo, há uma distância segura que permite, inclusive, que nosso interesse seja por eles despertados, sem o efetivo temor de destruição.
d) Correta. Em Crítica de Faculdade do Juízo, Kant explicita a relação entre o sublime, as coisas de natureza e o homem do seguinte modo: “Portanto, a sublimidade não está contida em nenhuma coisa da natureza, mas só em nosso ânimo, na medida em que podemos ser conscientes de ser superiores à natureza em nós e através disso também à natureza fora de nós”. (KANT, Crítica de Faculdade do Juízo, p. 110).
e) Incorreta. Não há uma faculdade produtora do belo, mas, um livre jogo entre as faculdades que provoca o sentimento da beleza. Além disso, face a eventos ameaçadores, a faculdade da imaginação aciona o reconhecimento de um domínio próprio da nossa natureza, que o próprio reconhecimento da magnitude dos eventos naturais contribui para reforçar, a saber, não o medo (afinal não estamos de fato na iminência de sucumbir aos terremotos, enchentes, pois “estamos numa distância segura”), mas o reconhecimento da nossa própria força enquanto entes racionais.
Resposta:
d) O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza.
Próxima questão:
- UEL 2018: Observe a imagem e leia os textos a seguir.
Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores, nuvens carregadas acumulando-se no céu, avançando com relâmpagos e estampidos, vulcões em sua inteira força destruidora, furacões com a devastação deixada para trás, o ilimitado oceano revolto, uma alta queda d’água de um rio poderoso etc. tornam nossa capacidade de resistência de uma pequenez insignificante em comparação com o seu poder. Mas o seu espetáculo só se torna tanto mais atraente quanto mais terrível ele é, contanto que, somente, nos encontremos em segurança; e de bom grado denominamos estes objetos sublimes, porque eles elevam a fortaleza da alma acima de seu nível médio e permitem descobrir em nós uma faculdade de resistência de espécie totalmente diversa, a qual encoraja a medir-nos com a aparente onipotência da natureza.
(KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad. Antonio Marques e Valério
Rohden. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 107.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o juízo de gosto e o sublime na estética moderna, particularmente em Kant, assinale a alternativa correta.
a) O conceito de beleza, resultante da atividade do entendimento, permite apreender o sentido dos eventos ameaçadores, protegendo o sujeito da destruição.
b) Os elementos da natureza compõem o núcleo da teoria kantiana do juízo de gosto, constituindo, também, parte importante da sua concepção de gênio.
c) Os eventos naturais de proporções ameaçadoras provocam nosso interesse quando nos situam na possibilidade iminente de sermos por eles destruídos.
d) O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza.
e) A faculdade de resistência à dimensão ameaçadora e destruidora dos eventos naturais de grande magnitude é a faculdade produtora do belo.
Questão anterior:
- UEL 2018: Analise o gráfico a seguir.
Conteúdo programático:
3° Eixo temático: problemas estéticos na Filosofia.
Resolução:
a) Incorreta. Não existe conceito de beleza. Conceito resulta da atividade do entendimento, enquanto que o juízo do belo é subjetivo, não conceitual, relativo ao aprazimento. Além disso, não é a posse de um conceito de beleza que protege o indivíduo da destruição, e sim a percepção de uma distância suficiente que separa o indivíduo do evento ameaçador.
b) Incorreta. Os elementos da natureza não compõem, nem a teoria kantiana do juízo de gosto, tampouco sua teoria do gênio. Kant fala em natureza como algo que é possível compreender racionalmente a partir de uma analogia com a teleologia (sistema organizado com relação a fins). Mas é uma “analogia fraca”, pois Kant não afirma absolutamente que a natureza é organizada “conforme a fins”, e sim, que é “como se fosse” organizada “conforme a fins”.
c) Incorreta. A diferença entre o terror e o sublime, consiste em que, no primeiro, há a possibilidade efetiva da destruição; já no segundo, há uma distância segura que permite, inclusive, que nosso interesse seja por eles despertados, sem o efetivo temor de destruição.
d) Correta. Em Crítica de Faculdade do Juízo, Kant explicita a relação entre o sublime, as coisas de natureza e o homem do seguinte modo: “Portanto, a sublimidade não está contida em nenhuma coisa da natureza, mas só em nosso ânimo, na medida em que podemos ser conscientes de ser superiores à natureza em nós e através disso também à natureza fora de nós”. (KANT, Crítica de Faculdade do Juízo, p. 110).
e) Incorreta. Não há uma faculdade produtora do belo, mas, um livre jogo entre as faculdades que provoca o sentimento da beleza. Além disso, face a eventos ameaçadores, a faculdade da imaginação aciona o reconhecimento de um domínio próprio da nossa natureza, que o próprio reconhecimento da magnitude dos eventos naturais contribui para reforçar, a saber, não o medo (afinal não estamos de fato na iminência de sucumbir aos terremotos, enchentes, pois “estamos numa distância segura”), mas o reconhecimento da nossa própria força enquanto entes racionais.
Resposta:
d) O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza.
Próxima questão:
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