UEL 2018: Sócrates, Giordano Bruno e Galileu foram pensadores que defenderam a liberdade de pensamento frente às restrições impostas pela tr...
UEL 2018: Sócrates, Giordano Bruno e Galileu foram pensadores que defenderam a liberdade de pensamento frente às restrições impostas pela tradição. Na Apologia de Sócrates, a acusação contra o filósofo é assim enunciada:
Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além de aceitar divindades novas (24b-c).
Ao final do escrito de Platão, Sócrates diz aos juízes:
Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, para viver. A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade. (42a).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente na condenação de Sócrates, assinale a alternativa correta.
a) O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo reconhecimento da soberania do poder dos juízes.
b) A aceitação do veredito dos juízes que o condenaram à morte evidencia que Sócrates consentiu com os argumentos dos acusadores.
c) A acusação a Sócrates pauta-se na identificação da insuficiência dos seus argumentos, e a corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.
d) A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se no repúdio às instituições que devem ser abandonadas em benefício da liberdade de pensamento.
e) A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.
Questão anterior:
- UEL 2018: As baterias baseadas em células galvânicas, como as de níquel-cádmio, apresentam as suas semi-reações de oxidação-redução reversíveis, podendo ser recarregadas várias vezes, apresentando, portanto, maior tempo de vida útil.
Conteúdo programático:
1° Eixo temático: problemas políticos e éticos na filosofia.
Resolução:
a) Incorreta. O desprezo pela manutenção da vida, implicado na aceitação da morte, resulta do reconhecimento da superioridade do inteligível (Bem, Justiça, Virtude), não da soberania dos juízes. Assim, os próprios juízes não são soberanos, sendo apenas gestores de assuntos humanos, aos quais, contudo, normalmente falta a intelecção sobre o fundamento dos seus discursos e juízos.
b) Incorreta. Sócrates não se submete à pena por concordar com a acusação, afinal, durante todo o diálogo, refuta todas as acusações, mostrando estarem amparadas em preconceito e falsidade. Além disso, evidencia a sua crença de que nenhum mal pode afetar o homem justo. Ele refuta os argumentos contidos na acusação para condená-lo, mostrando serem falsos, mas aceita o veredito, por coerência: quem desde sempre ensinou o respeito à lei, dos deuses e da pólis, não poderia contrariar a sentença, mesmo considerando-a injusta.
c) Incorreta. Sócrates refuta cada um dos argumentos apresentados pelos acusadores, deixando claro que eles não se sustentam argumentativamente justamente por se pautarem na mentira. Portanto, não é a identificação de uma incoerência no pensamento ou na vida de Sócrates o que motiva a acusação, e sim o temor frente ao possível abalo da tradição que poderia resultar da influência socrática.
d) Incorreto. Não apenas a tradição não representa um bem em si – pois é fácil identificar hábitos, costumes aceitos por um determinado grupo num determinado tempo, caracteristicamente injustos – como também o livre pensar não é um mal que corrompe e destrói a tradição. O livre pensar corrompe, corrói, destrói aquilo que na tradição não se sustenta (mais); aquilo cujas razões são frágeis, não pensadas, simplesmenteaceitas e praticadas. Assim, o livre pensar, além de estar pautado num atributo da natureza humana (ser racional, aquele que pensa), constitui a própria condição de saúde da pólis. É preciso que alguém perturbe o consenso geral a fim de lembrar que o consenso geral é apenas o resultado casual, acordado ou imposto, e não a manifestação de uma verdade eterna.
e) Correta. Tendo em vista a compreensão socrática a respeito da relação hierárquica entre o inteligível e o sensível, a morte do corpo não é vista como um mal pois, aquele que se aproximou do conhecimento da verdade, por meio da prática da virtude e da busca do auto-conhecimento, terá apreendido que a destruição da matéria não afeta o espírito. O pensamento permite a intelecção dessa verdade, instituindo, com isso, a paz de espírito.
Resposta:
e) A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.
Próxima questão:
- UEL 2018: Como podemos compreender a dinâmica de transformar números? Essa pergunta pode ser respondida com o auxílio do conceito de uma função real. Vejamos um exemplo.
Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além de aceitar divindades novas (24b-c).
Ao final do escrito de Platão, Sócrates diz aos juízes:
Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, para viver. A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade. (42a).
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém:
EDUFPA, 2001. p. 122-23; 147.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente na condenação de Sócrates, assinale a alternativa correta.
a) O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo reconhecimento da soberania do poder dos juízes.
b) A aceitação do veredito dos juízes que o condenaram à morte evidencia que Sócrates consentiu com os argumentos dos acusadores.
c) A acusação a Sócrates pauta-se na identificação da insuficiência dos seus argumentos, e a corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.
d) A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se no repúdio às instituições que devem ser abandonadas em benefício da liberdade de pensamento.
e) A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.
Questão anterior:
- UEL 2018: As baterias baseadas em células galvânicas, como as de níquel-cádmio, apresentam as suas semi-reações de oxidação-redução reversíveis, podendo ser recarregadas várias vezes, apresentando, portanto, maior tempo de vida útil.
Conteúdo programático:
1° Eixo temático: problemas políticos e éticos na filosofia.
Resolução:
a) Incorreta. O desprezo pela manutenção da vida, implicado na aceitação da morte, resulta do reconhecimento da superioridade do inteligível (Bem, Justiça, Virtude), não da soberania dos juízes. Assim, os próprios juízes não são soberanos, sendo apenas gestores de assuntos humanos, aos quais, contudo, normalmente falta a intelecção sobre o fundamento dos seus discursos e juízos.
b) Incorreta. Sócrates não se submete à pena por concordar com a acusação, afinal, durante todo o diálogo, refuta todas as acusações, mostrando estarem amparadas em preconceito e falsidade. Além disso, evidencia a sua crença de que nenhum mal pode afetar o homem justo. Ele refuta os argumentos contidos na acusação para condená-lo, mostrando serem falsos, mas aceita o veredito, por coerência: quem desde sempre ensinou o respeito à lei, dos deuses e da pólis, não poderia contrariar a sentença, mesmo considerando-a injusta.
c) Incorreta. Sócrates refuta cada um dos argumentos apresentados pelos acusadores, deixando claro que eles não se sustentam argumentativamente justamente por se pautarem na mentira. Portanto, não é a identificação de uma incoerência no pensamento ou na vida de Sócrates o que motiva a acusação, e sim o temor frente ao possível abalo da tradição que poderia resultar da influência socrática.
d) Incorreto. Não apenas a tradição não representa um bem em si – pois é fácil identificar hábitos, costumes aceitos por um determinado grupo num determinado tempo, caracteristicamente injustos – como também o livre pensar não é um mal que corrompe e destrói a tradição. O livre pensar corrompe, corrói, destrói aquilo que na tradição não se sustenta (mais); aquilo cujas razões são frágeis, não pensadas, simplesmenteaceitas e praticadas. Assim, o livre pensar, além de estar pautado num atributo da natureza humana (ser racional, aquele que pensa), constitui a própria condição de saúde da pólis. É preciso que alguém perturbe o consenso geral a fim de lembrar que o consenso geral é apenas o resultado casual, acordado ou imposto, e não a manifestação de uma verdade eterna.
e) Correta. Tendo em vista a compreensão socrática a respeito da relação hierárquica entre o inteligível e o sensível, a morte do corpo não é vista como um mal pois, aquele que se aproximou do conhecimento da verdade, por meio da prática da virtude e da busca do auto-conhecimento, terá apreendido que a destruição da matéria não afeta o espírito. O pensamento permite a intelecção dessa verdade, instituindo, com isso, a paz de espírito.
Resposta:
e) A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar permite apreender essa verdade.
Próxima questão:
- UEL 2018: Como podemos compreender a dinâmica de transformar números? Essa pergunta pode ser respondida com o auxílio do conceito de uma função real. Vejamos um exemplo.
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