Redação UnurG 2019: saúde mental: os desafios de articulação entre as condições coletivas e subjetivas da vida humana hoje Instruções: ...
Redação UnurG 2019: saúde mental: os desafios de articulação entre as condições coletivas e subjetivas da vida humana hoje
Instruções:
Você deve desenvolver seu texto em um dos gêneros apresentados nas propostas de redação. O tema é único para as três propostas. O texto deve ser redigido em prosa. A fuga do tema ou a cópia da coletânea anula a redação. A leitura da coletânea é obrigatória. Ao utilizá-la, você não deve copiar trechos ou frases. Quando for necessária, a transcrição deve estar a serviço do seu texto. Independentemente do gênero escolhido, o seu texto NÃO deve ser assinado.
Tema:
Saúde mental
Quais são os desafios de articulação entre as condições
coletivas e subjetivas da vida humana hoje?
Coletânea:
1.
Distúrbios de saúde mental aumentam em todos os países do mundo, alerta relatório. Documento escrito por grupo de especialistas ressalta ainda que transtornos podem custar à economia global até US$ 16 trilhões.
Ana Paula Blower e Renato Grandelle
Uma epidemia que se alastra por todo o planeta, provoca prejuízos exorbitantes e que tão cedo não será remediada. Este é o diagnóstico realizado por uma comissão de 28 cientistas sobre a crise de saúde mental. De acordo com um relatório publicado pela revista “Lancet”, casos de doenças como ansiedade e depressão aumentaram “dramaticamente” nos últimos 25 anos e nenhum país está investindo suficientemente para combater esta tendência. A falta de políticas dedicadas à área pode custar US$ 16 trilhões à economia global entre 2010 e 2030.
Professor da Escola de Medicina da Universidade Harvard e coautor do levantamento, Vikram Patel avalia que o fracasso coletivo em responder à crise global de saúde resulta em uma “perda monumental das capacidades humanas”, com prejuízos duradouros às comunidades e às economias. — A situação é extremamente sombria — alerta. — Nenhuma condição de saúde da Humanidade é tão negligenciada como a saúde mental.
A comissão acrescenta que “a qualidade dos serviços de saúde mental é rotineiramente pior do que aqueles destinados à saúde física”, e muitos pacientes são submetidos a graves violações dos direitos humanos, como algemamento, tortura e prisão. Em uma cúpula realizada ontem em Londres, os especialistas apelaram para uma abordagem baseada nos direitos humanos para garantir o respeito a direitos fundamentais, como acesso ao emprego e à educação.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/disturbios-de-saude-mental-aumentam-em-todos-os-paises-do-mundo-alerta-relatorio-23146088>.
Acesso em: 9 maio 2019. (Adaptado).
2.
Saúde mental depende de bem-estar físico e social, diz Organização Mundial da Saúde (OMS) em dia mundial
Determinantes da saúde mental
Múltiplos fatores sociais, psicológicos e biológicos determinam o nível de saúde mental de uma pessoa. Por exemplo, as pressões socioeconômicas contínuas são reconhecidas como riscos para a saúde mental de indivíduos e comunidades. A evidência mais clara está associada aos indicadores de pobreza, incluindo baixos níveis de escolaridade. Uma saúde mental prejudicada também está associada a rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, risco de violência, problemas físicos de saúde e violação dos direitos humanos. Há também fatores psicológicos e de personalidade específicos que tornam as pessoas vulneráveis aos transtornos mentais. Por último, há algumas causas biológicas, incluindo fatores genéticos, que contribuem para desequilíbrios químicos no cérebro, segundo a OMS.
Promoção e proteção da saúde mental
A promoção da saúde mental envolve ações para criar condições de vida e ambientes que apoiem a saúde mental e permitam às pessoas adotar e manter estilos de vida saudáveis. Um ambiente que respeite e proteja os direitos básicos civis, políticos, socioeconômicos e culturais é fundamental para a promoção da saúde mental. Sem a segurança e a liberdade asseguradas por esses direitos, torna-se muito difícil manter um elevado nível de saúde mental, de acordo com a organização. Políticas nacionais de saúde mental não devem se ater apenas aos transtornos mentais, mas também reconhecer e abordar as questões mais amplas que promovem a saúde mental. Elas incluem a integração da promoção da saúde mental às políticas e programas em setores governamentais e não governamentais. Além da saúde, é essencial envolver os setores de educação, trabalho, justiça, transporte, meio ambiente, habitação e bem-estar.
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/saude-mental-depende
-de-bem-estar-fisico-e-social-diz-oms-em-dia-mundial/>.
Acesso em: 7 maio 2019.
(Adaptado).
3.
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4.
Como as redes sociais afetam a sua visão de si mesmo
Kelly Oakes, BBC Future
Em uma pesquisa com 227 universitárias, as mulheres relataram que tendem a comparar negativamente a própria aparência com as de amigas distantes e com celebridades, mas não com membros da família, enquanto navegam no Facebook. O grupo de comparação que tinha a ligação mais forte com as preocupações com a imagem corporal era o de amigas distantes ou conhecidas. Fardouly relaciona isso ao fato de as pessoas apresentarem uma versão unilateral de suas vidas online. Se você conhece bem uma pessoa, saberá que ela está mostrando apenas seus melhores lados, mas se ela for apenas uma "conhecida", você não terá nenhuma outra informação para avaliar aquelas imagens.
Quando se trata do círculo mais amplo de influenciadores e perfis que você segue, nem todos os tipos de conteúdo são iguais. Pesquisas mostram que imagens de "fitspiration" (jogo de palavras em inglês que significa "inspiração fitness") em especial – que normalmente apresentam pessoas bonitas fazendo exercícios, ou pelo menos fingindo fazer – podem fazer com que você tenha um julgamento mais rígido de si mesmo. Amy Slater, professora associada da Universidade de West England, no Reino Unido, publicou um estudo em 2017 no qual 160 universitárias viam imagens de #fitspo (versão reduzida de #fitspiration), citações de autocompaixão ou uma mistura de ambas, todas provenientes de perfis reais do Instagram. Aquelas que viram apenas o #fitspo marcaram menos pontos no quesito autocompaixão, mas aquelas que viram citações de autocompaixão (como "Você é perfeita do jeito que é") foram mais gentis com elas mesmas, e se sentiram melhor com relação aos seus corpos. Para aquelas que viram tanto as imagens de #fitspo quanto as de citações de autocompaixão, os benefícios destas últimas pareceram superar os pontos negativos das imagens de #fitspo.
Quando se trata de postar nossas próprias imagens nas redes sociais, as selfies parecem ser o caminho. Durante um estudo publicado no ano passado, Jennifer Mills, professora associada da Universidade York, no Canadá, pediu a universitárias que fizessem uma selfie em um iPad e a publicassem no Facebook ou no Instagram. Um grupo só podia fazer uma foto e publicá-la sem edição, mas o outro grupo tinha a chance de fazer quantas fotos quisesse e retocar sua selfie usando um aplicativo. Mills e seus colegas observaram que todas as participantes se sentiram menos atraentes e menos confiantes depois de postarem as selfies do que quando entraram no experimento – inclusive aquelas que tinham permissão para editar suas fotos o quanto quisessem. "Mesmo elas podendo fazer com que o resultado final pareça 'melhor', elas ainda focam em aspectos de que não gostam em sua aparência", afirma a professora. Algumas participantes quiseram saber se alguém tinha curtido a foto antes de decidirem como se sentiam sobre a postagem, apesar de a questão das interações não fazer parte do estudo. "Há essa sensação de ansiedade (ao postar uma foto) e, em seguida, você recebe a aprovação de outras pessoas de que você está bonita", diz Mills. "Mas esse sentimento não dura muito e você faz outra selfie."
Disponível em:< https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-47625592>.
Acesso em: 10 maio 2019. (Adaptado).
5.
Atendimento à saúde mental terá nova diretriz no Brasil; entenda 4 pontos e veja opiniões contra e a favor. Ministério da Saúde divulgou neste mês documento que organiza mudanças feitas entre 2017 e 2018. Entre outros pontos, texto prevê internação em hospitais psiquiátricos e financiamento para máquina de eletrochoques.
Por Lara Pinheiro, G1.
O governo federal prepara um documento que coloca em prática uma nova política de atendimento à saúde mental no Brasil. Entre outros pontos, prevê a internação em hospitais psiquiátricos e o financiamento para compra de máquina de eletrochoques. Baseada em portarias e resoluções publicadas entre outubro de 2017 e agosto de 2018, a "nota técnica" chegou a ser divulgada no site do Ministério da Saúde na segunda-feira (4). Entretanto, criticado por especialistas, o texto foi retirado do ar dois dias depois.
O ministério afirmou ao G1, nesta terça-feira (12/02), que o texto ainda não está pronto. Segundo a pasta, a "nota técnica" está em consulta interna no SEI (Sistema Eletrônico de Informações) para receber contribuições de servidores do ministério e de outros órgãos, como o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).
Depois de chegar à versão final, o documento ainda precisa ser aprovado pela diretoria da área e pela secretaria. Não há uma data prevista para conclusão e implementação.
Os principais itens em consulta interna no ministério são:
- Inclusão dos hospitais psiquiátricos nas Redes de Atenção Psicossocial (Raps);
- Financiamento para compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia, mais conhecidos como eletrochoque;
- Possibilidade de internação de crianças e adolescentes;
- Abstinência como uma das opções da política de atenção às drogas.
Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/02/12/nova-politica-de-saude-mental-e-alvo-de-criticas-entenda-4-pontos-e-veja-opinioescontra-e-a-favor-das-medidas.ghtml>. Acesso em: 12 maio 2019. (Adaptado).
Propostas de redação
A – Artigo de opinião
O artigo de opinião é um gênero do discurso dissertativo que tem a finalidade de expressar o ponto de vista do autor a respeito de um determinado tema por meio da exposição e da argumentação. A validade da argumentação é evidenciada pelas justificativas de posições assumidas pelo autor ao apresentar informações e opiniões que se complementam ou se opõem. Escreva um artigo de opinião definindo uma posição sobre saúde mental: os desafios de articulação entre as condições coletivas e subjetivas da vida humana hoje.
NÃO IDENTIFIQUE O(A) ASSINANTE DO ARTIGO DE OPINIÃO.
B – Manifesto
De natureza contestatória, o manifesto pertence ao grupo dos gêneros dissertativos e guarda um tom persuasivo-argumentativo. Por meio do manifesto, seus assinantes expressam de maneira contundente sua opinião sobre assuntos públicos (políticos e sociais). O texto do manifesto é caracterizado pela denúncia de um fato e, simultaneamente, pela convocação de toda a sociedade para o repúdio e a solução do problema. Imagine que você seja um médico psiquiatra. Juntamente a outros médicos da mesma opinião diante dos vários problemas de saúde mental no Brasil (observe os textos 4 e 5 da coletânea), você decide escrever um manifesto para sensibilizar a sociedade para os desafios de articulação entre as condições coletivas e subjetivas da vida humana hoje.
NÃO IDENTIFIQUE O(S) ASSINANTE(S) DO MANIFESTO.
C – Carta de leitor
A carta de leitor dirige-se a uma mídia social, seja ela jornal impresso ou revista digital, com o objetivo de comentar, discutir, questionar ou mesmo apoiar uma opinião e/ou uma notícia publicada em alguma seção da mídia. De caráter dissertativo, a carta de leitor expõe e argumenta em favor do ponto de vista de seu autor/leitor. Na condição de leitor, escreva uma carta para o jornal O Globo com a finalidade de discutir o tema da Saúde Mental conforme abordado no texto 1 da coletânea. Em sua carta, mobilize argumentos para aprofundar a discussão sobre os desafios de articulação entre as condições coletivas e subjetivas da vida humana hoje para a conquista da saúde mental.
NÃO IDENTIFIQUE O(A) ASSINANTE DA CARTA.
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