Prova de Ciências Econômicas ENADE 2012 com Gabarito OBS: As questões objetivas de 01 a 08 estão dis...
Prova de Ciências Econômicas ENADE 2012 com Gabarito
OBS: As questões objetivas de 01 a 08 estão disponível na
prova de Formação Geral que você pode acessar
clicando neste link. As questões discursivas não foram disponibilizadas com padrão de
resposta.
ENADE 2012 - QUESTÃO 09
Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se
fazer a Revolução Industrial. Suas invenções técnicas foram bastante
modestas, e sob hipótese alguma estavam além de artesãos que
trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de
carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a
fiadeira automática. Nem mesmo a máquina a vapor rotativa de
James Watt (1784)necessitava de mais conhecimentos de física do que os
disponíveis então há quase um século.
HOBSBAWN, E. A Era das Revoluções. São Paulo:
Paz e Terra, 1986 (adaptado).
De acordo com historiadores como Eric Hobsbawn, a Revolução
Industrial eclodiu na Inglaterra ao final do século XVIII devido à
existência, naquela nação, de condições políticas, sociais e econômicas
adequadas. A respeito de tais condições, avalie as afirmações abaixo.
I. A acumulação primitiva de capitais, fenômeno que ocorre entre os
séculos XVI e XVIII, foi fundamental para as grandes transformações
econômicas da Revolução Industrial na Inglaterra, ao mobilizar o
excedente de capital necessário para financiar a grande transformação
socioeconômica da Revolução Industrial.
II. Novas técnicas de produção agrícola permitiram o aumento da
produção, da produtividade e racionalização do trabalho no campo. Este
processo, além de liberar mão de obra para o setor industrial, tornou
possível alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento.
III. A superioridade tecnológica e científica inglesa — motivada pelo
avanço das ciências naturais e sociais — em relação aos demais
potenciais Estados competidores foi o ponto fundamental da Revolução
Industrial na Inglaterra.
IV. A divisão do poder político e a constituição de um Estado liberal
aprofundou na Inglaterra o desenvolvimento de uma ética burguesa, que
pregava o desenvolvimento econômico e aobtenção do lucro.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
ENADE 2012 - QUESTÃO 10
A função utilidade de um consumidor é dada por U(x1, x2) =
x²1x2, em que x1 e x2
representam os bens 1 e 2, respectivamente. Sabe-se que sua renda é
igual a 180 unidades monetárias e que o preço do bem 1 e o preço do bem
2 correspondem a 1 e 3 unidades monetárias, respectivamente.
Considerando essas informações, avalie os itens a seguir.
I. A cesta ótima é obtida quando (x1, x2) = (90, 30).
II. A utilidade marginal do bem 2 é igual a x²1.
III. A taxa marginal de substituição entre os bens, de x2 para x1, é
expressa por −x2/x1.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
ENADE 2012 - QUESTÃO 11
Avalie as proposições abaixo a respeito da Teoria
Macroeconômica.
I. Para os teóricos da síntese neoclássica, o produto e o emprego
variam em função de choques tecnológicos, alterações nos preços
relativos, mudanças tributárias e mudanças nas preferências dos
indivíduos entre renda e lazer.
II. Segundo Keynes, o sistema econômico não pode estar em equilíbrio
(com a oferta agregada igual à demanda agregada) quando há desemprego
involuntário da força de trabalho.
III. De acordo com a teoria clássica, a economia funciona no nível de
pleno emprego; e o desemprego é o resultado da recusa dos
trabalhadores de trabalharem pelo salário vigente. Segundo essa
corrente teórica, o desemprego pode ser classificado como voluntário
ou friccional.
IV. De acordo com a teoria novo clássica, os agentes econômicos formam
expectativas racionais, o que significa, entre outros aspectos, que
não cometem erros sistemáticos. Os trabalhadores, por exemplo, em sua
previsão sobre preços, levam em conta os preços passados, valores
presentes de variáveis importantes que determinam o processo de
formação de preços e as medidas de política econômica previstas que
podem afetar o nível de preços.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
ENADE 2012 - QUESTÃO 12
Como são as trocas que estão na origem da divisão do trabalho, a
extensão desta será sempre limitada pela extensão daquelas ou, por
outras palavras, pela extensão do mercado. Quando este é muito
restrito, ninguém se sente disposto a dedicar-se completamente a uma
única tarefa, pois não consegue trocar todo o excedente do seu
trabalho, de que não necessita, pelo excedente da produção dos outros
homens, em que está interessado.
SMITH, A. (1776). Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza
das nações.
Livro I, Capítulo III. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 17
(adaptado).
Considerando o fragmento acima, avalie as assertivas a seguir.
I. Para Adam Smith, a produtividade do trabalho industrial é função da
divisão do trabalho, que, por sua vez, depende da extensão dos mercados.
II. Dois dos fatores determinantes da extensão dos mercados são os
custos de transporte, para cuja redução contribuem significativamente a
navegação marítima e as aglomerações urbanas e industriais.
III. É a certeza de poder trocar o excedente de sua produção pelo
excedente da produção de outros homens que leva cada um a dedicar-se a
uma tarefa e a desenvolver e aperfeiçoar qualquer talento ou habilidade
que possua para determinado tipo de atividade.
IV. O princípio que deu origem à divisão do trabalho foi o desejo do ser
humano de desenvolver os mercados e aprimorar as condições de sua
própria sociedade.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) II, III e IV.
ENADE 2012 - QUESTÃO 13
Em sua obra clássica, O Capitalismo Tardio, Mello situa
os anos compreendidos entre 1889 e 1894 como período de nascimento
da indústria capitalista no Brasil.
Segundo ele, "o próprio complexo
exportador cafeeiro engendrou o capital dinheiro disponível para
transformação em capital industrial e criou as condições a ela
necessárias: parcela de força de trabalho disponível ao capital
industrial e uma capacidade para importar capaz de garantir a compra
de meios de produção e de alimentos e bens manufaturados de consumo,
indispensáveis à reprodução da força de trabalho. A rentabilidade do
capital industrial foi, no período 1889/1894, amplamente favorecida
pela queda dos salários, alto grau de proteção e pelas isenções
tarifárias concedidas à importação de máquinas e equipamentos, ainda
que prejudicada pela subida de custos provocada pelas
desvalorizações cambiais. Como, porém, a indústria que se instala, a
indústria de bens de consumo assalariado, tem uma baixa relação
capital/trabalho, é bastante provável que a rentabilidade industrial
tenha se situado em níveis compensadores."
MELLO, J. M. C. O Capitalismo Tardio. 9 ed., São Paulo:
Brasiliense, 1984, p.147-148 (adaptado).
Considerando a análise de Mello acerca do nascimento da
indústria capitalista no Brasil, é correto concluir que
A) o rebaixamento dos salários no período de nascimento da indústria é
fator explicativo para o caráter exportador da indústria emergente no
país.
B) a expansão da indústria nascente dependia da crise da economia
exportadora cafeeira, que liberaria capital para ser aplicado em
setores emergentes da economia do país, como o setor industrial.
C) a desvalorização cambial implementada no período de nascimento da
indústria brasileira prejudicava o programa do governo de
industrialização em curso, porque encarecia itens de meios de produção
indispensáveis à montagem das plantas industriais nascentes.
D) o regime tributário do governo brasileiro na época do nascimento da
indústria era favorável à industrialização, uma vez que o governo
estava orientado pelo objetivo de alterar o centro dinâmico da
economia brasileira do setor agrário exportador para o setor
industrial.
E) o período de nascimento da indústria capitalista no Brasil está
diretamente relacionado ao período da expansão exportadora cafeeira,
quando foram criadas as precondições econômicas para seu
desenvolvimento.
ENADE 2012 - QUESTÃO 14
A taxa de juros seria o fator de equilíbrio que estabelece a
igualdade entre, de um lado, a demanda de poupança resultante do
investimento novo que pode ser realizado a determinada taxa de juros
e, de outro lado, a oferta de poupança suprida essa taxa pela
propensão psicológica da comunidade a poupar. Todavia, essa teoria
vem abaixo tão logo se perceba ser impossível deduzir a taxa de
juros do conhecimento desses dois fatores.
KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego do juro e da moeda.
São Paulo: Atlas, 1982, p. 143 (adaptado).
No texto acima, Keynes discorda da teoria clássica sobre a taxa
de juros. Com base na teoria desse autor sobre o tema, avalie as
afirmações abaixo.
I. A taxa de juros, para Keynes, depende das condições prevalecentes
no mercado monetário e não da disponibilidade de fundos para
empréstimos.
II. A preferência pela liquidez, para Keynes, pode ser definida pelos
motivos da demanda por moeda, isto é, o motivo-transação,
motivo-precaução e o motivo-especulação.
III. Para determinar a taxa de juros de equilíbrio, é necessário
considerar, além da propensão marginal da comunidade a poupar, também
a eficiência marginal do capital.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
ENADE 2012 - QUESTÃO 15
Considere uma economia simples formada apenas por proprietários de
terras, capitalistas e trabalhadores, que só produzissem cereais. A
partir dessa premissa, leia a seguinte passagem
dos Princípios, de David Ricardo.
O produto da terra — tudo que é retirado de sua superfície pelo
emprego conjunto do trabalho, das máquinas e do capital — é dividido
entre três classes da comunidade, a saber: o proprietário da terra,
o dono do capital necessário para o seu cultivo e os trabalhadores
que entram com o trabalho para o cultivo da terra. O principal
problema da Economia Política é determinar as leis que regem essa
distribuição. [A renda da terra é] a parte do produto da terra que é
paga ao seu proprietário pelo uso dos poderes originais e
indestrutíveis do solo.
RICARDO, D. (1817). Princípios de economia política e tributação.
São Paulo:
Nova Cultural, 1996. Coleção Os economistas, p.19-49 (adaptado).
Adicionalmente, sabe-se que a teoria da renda da terra, de Ricardo,
baseava-se em duas hipóteses: a primeira era a de que a terra era
diferente, em sua fertilidade, e que todas as terras poderiam ser
ordenadas a partir da terra mais fértil para a menos fértil; a
segunda era a de que a concorrência sempre igualava a taxa de lucro
dos fazendeiros capitalistas que arrendassem terra dos
proprietários.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. 5 ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1987, p. 111 (adaptado).
Com base nas premissas e nas hipóteses da teoria ricardiana da
renda da terra, avalie as afirmações abaixo.
I. A renda da terra surge devido a três fatores: limitação física da
quantidade de terra, diferentes qualidades (produtividades) da terra e
aumento da população, o que faz com que se tenha de cultivar áreas
cada vez maiores.
II. Em uma economia na qual não há diferencial de produtividade entre
as terras economicamente utilizadas, não haverá geração de renda
fundiária no sentido ricardiano.
III. A renda da terra mais produtiva decresce à medida que terras
menos férteis vão sendo cultivadas, uma vez que a taxa de lucro geral
da economia diminui em função da menor produtividade das terras
marginalmente ocupadas.
IV. À medida que uma economia cresce e terras menos férteis vão sendo
cultivadas, ocorrerá diminuição da taxa de lucro e aumento da massa de
salários.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV
ENADE 2012 - QUESTÃO 16
A entrada de uma empresa em uma indústria pode assumir
diferentes formas, seja como uma nova empresa, seja como uma empresa
existente que visa à diversificação de suas atividades ou do mercado
geográfico. Para avaliar as condições de ingresso em determinado
mercado, uma empresa potencial entrante pode deparar-se com condutas
de inibição à sua entrada aplicadas por empresas estabelecidas.
Constitui conduta adotada por empresas e estabelecida para inibir a
entrada de empresa potencial entrante
I. a restrição à empresa potencial entrante de acesso a canais de
distribuição.
II. o estabelecimento de preços elevados que incitem a cooperação
entre empresas.
III. o estabelecimento de laços entre fornecedores e consumidores que
resultem em elevados custos de mudança para os consumidores.
IV. a instalação de capacidade produtiva elevada diante de demanda
estável desse mercado.
V. o estabelecimento de reputação, que reflita fatores como qualidade,
confiabilidade e relacionamento de longo prazo com os consumidores.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) II, IV e V.
D) I, III, IV e V.
E) II, III, IV e V.
ENADE 2012 - QUESTÃO 17
O desenvolvimento e a industrialização da economia brasileira
contaram com a colaboração do tripé capital privado nacional,
capital estrangeiro (empresas multinacionais) e recursos estatais,
que, juntos, construíram o seu parque industrial. É sabido,
portanto, que o capital estrangeiro sempre teve uma intensa
participação nos negócios e na atividade econômica interna.
Nesse
sentido, conforme ressalta Feijó et al., “O PIB, avaliado pela ótica
do produto, mede o total do valor adicionado produzido por firmas
que operem no país, independentemente da origem do seu capital, ou
seja, mede o total da produção que ocorre no território do país. A
Renda Nacional Bruta é o agregado que considera o valor adicionado
gerado por fatores de produção de propriedade de residentes (...)
Assim, em contas nacionais, trabalha-se com dois agregados
referentes à abrangência geográfica da atividade produtiva: Produto
Interno e Renda Nacional.”
FEIJÓ, C. A. et al. Contabilidade social: a nova referência das
Contas Nacionais
do Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p.25-28 (adaptado).
Considere os conceitos abordados acima e os seguintes valores
de agregados macroeconômicos:
valor da produção............................................... $ 1
000
pagamento de salários........................................ $ 600
custo das matérias-primas.................................. $ 200
receita líquida das vendas (lucro)....................... $ 200
Suponha que os agregados macroeconômicos acima refiram-se à economia
brasileira em determinado ano, em que a presença de fatores de
produção de origem estrangeira (capital e trabalho) no país tenha sido
relevante. Se, naquele ano, a totalidade dos lucros tivesse sido
remetida ao exterior, então
A) o PIB teria sido de $ 1 000.
B) o consumo intermediário teria sido de $ 800.
C) a Renda Líquida Enviada ao Exterior teria sido de $ 400.
D) a soma total das remunerações pagas aos fatores de produção teria
sido de $ 600.
E) a Renda Nacional Bruta teria sido de $ 600.
ENADE 2012 - QUESTÃO 18
Na década de 1980, o Brasil buscou combater o processo crônico
de inflação ao adotar um conjunto de planos econômicos. O primeiro
desses planos foi o Cruzado, sob o governo de José Sarney, que tinha
como característica(s) básica(s)
A) o congelamento de preços e da taxa de câmbio e a criação do gatilho
salarial.
B) a criação do gatilho salarial e das OTNs, com a retirada da tablita
para os contratos prefixados.
C) a redução imediata dos gastos do governo federal e o aumento da
tributação direta via imposto de renda.
D) o estabelecimento de metas claras para as políticas monetária e
fiscal, sem correspondente política de reajustes salariais.
E) o congelamento dos preços da economia, com o consequente
reequilíbrio do poder de compra de todos os segmentos sociais e
empresariais.
ENADE 2012 - QUESTÃO 19
Suponha que o Ministério da Educação contrate um
economista como consultor para mensurar o efeito do gasto público com
a educação sobre a renda da população. O consultor propõe o modelo a
seguir.
Nesse modelo, lnYt e lnGEt são, respectivamente, o logaritmo da
renda da população e do gasto público com educação no período t; Xj
t , j = 1, ..., k , são variáveis de controle; β1, β2 e γj , j = 1,
..., k , são os coeficientes da regressão; ut é o termo de erro
aleatório.
Admitindo-se que a transformação logarítmica é estacionária para
todas as variáveis da equação, verifica-se que
A) β2 é a elasticidade renda com respeito ao nível de escolaridade
da população.
B) a renda aumenta em R$ 1,00 para cada R$ 1,00 gasto com educação,
se β2 = 1.
C) β1 é o nível médio de gasto com educação, controlado pelas demais
variáveis do modelo.
D) a variação percentual da renda será maior que a variação
percentual do gasto público com educação, se β2 > 1.
E) a renda da população aumenta menos que 1% quando o gasto público
com educação aumenta em 1%, se β1 < 1 .
ENADE 2012 - QUESTÃO 20
Dois estudantes de Economia, João e Pedro, estão debatendo
sobre a estimação de modelos de crescimento econômico. João propõe uma
formulação em que a taxa de crescimento do PIB dos
países, gY , depende da taxa de crescimento do
capital físico, iK; da taxa de crescimento do capital
humano, iH ; e da taxa de crescimento da força de
trabalho, n .
Pedro propõe incluir na formulação de
João uma proxy para captar o diferencial de qualidade institucional,
INST. Segundo a argumentação de Pedro, quanto maior o nível de
qualidade institucional, maior será a taxa de crescimento do
PIB.
Assuma que a variável INST tenha alguma correlação com as outras
variáveis incluídas nos modelos, de acordo com as formulações a
seguir.
João:
gY j = β1 + β2.iKj + β3.iHj + β4.nj + uj
Pedro:
gY j = α1 + α2.iKj + α3.iHj + α4.nj + α5.INSTj + εj
Nesses modelos, j = 1,..., N representa os N países da amostra e as
variáveis uj e εj são os termos de erro aleatório.
Se forem estimados os dois modelos pelo método de mínimos quadrados
ordinários, pode-se ter um problema de inclusão de variável
irrelevante ou de exclusão de variável relevante. Nesse contexto,
testa-se a hipótese nula
H0 : α5 = 0.
Na situação acima descrita,
A) se for rejeitada H0 , então, na estimativa do modelo proposto por
João, os coeficientes estimados são viesados.
B) se não for rejeitada H0 , então, na estimativa do modelo proposto
por João, os coeficientes estimados são viesados.
C) se não for rejeitada H0 , então, na estimativa do modelo proposto
por Pedro, os coeficientes estimados são eficientes.
D) se for rejeitada HDois estudantes de Economia, João e Pedro, estão
debatendo sobre a estimação de modelos de crescimento econômico. João
propõe uma formulação em que a taxa de crescimento do PIB dos países,
gY , depende da taxa de crescimento do capital físico, iK; da taxa de
crescimento do capital humano, iH ; e da taxa de crescimento da força
de trabalho, n . Pedro propõe incluir na formulação de João uma proxy
para captar o diferencial de qualidade institucional, INST. Segundo a
argumentação de Pedro, quanto maior o nível de qualidade
institucional, maior será a taxa de crescimento do PIB.
Assuma que a variável INST tenha alguma correlação com as outras
variáveis incluídas nos modelos, de acordo com as formulações a
seguir.
João:
gY j = β1 + β2.iKj + β3.iHj + β4.nj + uj
Pedro:
gY j = α1 + α2.iKj + α3.iHj + α4.nj + α5.INSTj + εj
Nesses modelos, j = 1,..., N representa os N países da amostra e as
variáveis uj e εj são os termos de erro aleatório.
Se forem estimados os dois modelos pelo método de mínimos quadrados
ordinários, pode-se ter um problema de inclusão de variável
irrelevante ou de exclusão de variável relevante. Nesse contexto,
testa-se a hipótese nula
H0 : α5 = 0.
Na situação acima descrita,
A) se for rejeitada H0,
então, na estimativa do modelo proposto por João, os coeficientes
estimados são viesados.
B) se não for rejeitada H0,
então, na estimativa do modelo proposto por João, os coeficientes
estimados são viesados.
C) se não for rejeitada H0,
então, na estimativa do modelo proposto por Pedro, os coeficientes
estimados são eficientes.
D) se for rejeitada H0,
então, na estimativa do modelo proposto por Pedro, os coeficientes
estimados são não eficientes.
E) se não for rejeitada H0,
então, na estimativa do modelo proposto por João, os coeficientes
estimados são não eficientes.
ENADE 2012 - QUESTÃO 21
Embora a origem da indústria brasileira remonte às últimas décadas
do século XIX, tendo continuidade durante a República Velha, foi na
década de 1930 que o crescimento industrial ganhou impulso e passou
por certa diversificação, iniciando efetivamente o Processo de
Substituição de Importações (PSI).
FONSECA, P. C. D. O processo de Substituição de Importações. In:
MARQUES, R. M.; REGO, J. M.
Formação econômica do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 249.
Com o auxílio dessas informações, avalie as asserções a seguir.
I. A expansão industrial dos anos 1930, impulsionada pelo PSI, ocorreu
de forma setorialmente homogênea, com predominância de produção de
bens de consumo durável.
II. O PSI resultou em diminuição do volume das importações no período
entre 1928 e 1939, traduzindo-se em alívio estrutural para a balança
comercial do País.
III. Um dos fatores que explicam o surto industrial, conforme
demonstra a tabela, foi a depreciação da moeda nacional frente à Libra
Inglesa após 1934, o que tornou o produto importado relativamente mais
caro do que o nacional e estimulou, assim, a produção interna.
IV. Depois de 1930, com o PSI, alterou-se a dinâmica da economia
brasileira, pois a produção, o emprego e o ritmo de crescimento
passaram a depender da produção para o mercado interno.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) II, III e IV.
ENADE 2012 - QUESTÃO 22
A maioria dos modelos de crescimento incorpora as instituições em sua
estrutura, já que enfatizam vários efeitos das instituições econômicas
e políticas nas alocações de recursos. (...) Talvez seja ainda mais
importante observar que todos os modelos de crescimento assumem um
funcionamento relativamente ordenado do mercado.
Adicione a esses
modelos algum grau de insegurança quanto aos direitos de propriedade
ou quanto às barreiras à entrada que impeçam a atividade de firmas
mais produtivas, e aqueles modelos mostrarão que ineficiências
consideráveis ocorrerão. Tanto a teoria quanto a empiria causal
sugerem que esses fatores institucionais são importantes.
Os economistas comumente resumem as variações [do desenvolvimento]
entre sociedades como “diferenças institucionais” (...) Eu faço
distinção entre instituições econômicas que correspondem à política de
impostos, à garantia de direitos de propriedade, às instituições em
torno de contratos, a barreiras à entrada, e a outros arranjos
econômicos, e instituições políticas, que correspondem às regras e
regulações que afetam a tomada de decisão política, incluindo “pesos e
contrapesos” (checks and balances) contra presidentes,
primeiros-ministros, ou ditadores, assim como aos métodos de agregação
de opiniões diferentes de indivíduos em uma sociedade (p.ex., leis
eleitorais).
ACEMOGLU, D. Introduction to modern economic growth. New Jersey:
Princeton University Press, 2009, p. 781-782 (adaptado).
Na passagem acima, Daron Acemoglu apresenta a importância de
arranjos institucionais econômicos e políticos para o crescimento
econômico de uma sociedade.
O autor afirma que diversos modelos de
crescimento incorporam as instituições, mesmo que não sejam explícitos
nesse aspecto.
Buscando avaliar a importância das instituições em outras
referências teóricas, tratada de forma igual ou semelhante à apresentada
por Acemoglu, avalie as afirmações abaixo.
I. As instituições econômicas socialmente escolhidas, conforme Acemoglu
apresenta, podem criar desincentivos para a ação inovadora promovida
pelos empreendedores de tipo Schumpeteriano.
II. Da mesma forma que apresentado por Acemoglu, o conceito de mão
invisível desenvolvido por A. Smith assume um arranjo institucional
econômico e político que permite, entre outros aspectos, a liberdade
comercial e o direito de propriedade privada aos indivíduos.
III. O Teorema da Impossibilidade de Arrow não enfatiza a importância de
um arranjo institucional político, pois é possível agregar preferências
individuais a uma preferência social que seja completa e, ainda, manter
a transitividade das escolhas.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
ENADE 2012 - QUESTÃO 23
Assim como indivíduos derivam sua utilidade dos bens que consomem,
podemos pensar em uma sociedade que deriva seu bem-estar por
intermédio da utilidade recebida por seus membros.
A função de
bem-estar social apresenta o nível de bem-estar social
correspondente a um conjunto particular de níveis de utilidade
obtido pelos membros da sociedade.
A curva de indiferença social é
definida como o conjunto de combinações de utilidade de diferentes
indivíduos (ou grupos de indivíduos) que levam a mesmos níveis de
bem-estar a sociedade.
Graficamente, as funções de bem-estar social podem assumir ao menos
três diferentes formatos. (...) Alguns argumentam que a sociedade
exige mais do que um aumento igual na utilidade de um indivíduo rico
para compensar o decréscimo na utilidade de um indivíduo pobre. [Tal
curva chama-se aqui de convencional].
Um utilitarista está disposto
a abrir mão de alguma utilidade do indivíduo rico contanto que o
indivíduo pobre ganhe a mesma quantidade de utilidade. Rawls
argumenta que nenhum acréscimo ao bem-estar do rico pode compensar
um decréscimo no bem-estar do pobre.
STIGLITZ, J. Economics of the Public Sector. New York:
Norton, 2000, p. 98-101 (adaptado).
Na passagem acima, Joseph Stiglitz refere-se às curvas de
bem-estar social, que são instrumentos utilizados pela Economia do
Setor Público para avaliar decisões de governo. Suponha que o governo
de determinada economia adote uma política pública segundo a qual a
sociedade saia de um ponto inicial (chamado de X) para um
ponto final (chamado de Y).
Nesse contexto, assinale a alternativa que contém o gráfico que
adequadamente apresente: (1) uma situação em que a sociedade
atinja, no estágio final, um ponto ótimo de bem-estar social; e
(2) correspondência entre os três tipos de função de bem-estar
social tratados por Stiglitz e as curvas W de indiferença
apresentadas.
ENADE 2012 - QUESTÃO 24
Filipinas viram nova capital dos call centers
Infraestrutura, segurança e inglês atraem empresas
MANILA - Uma revolução silenciosa está remodelando a atividade dos
call centers: a ascensão das Filipinas. Ex-colônia americana, o país
tem uma grande população de jovens que falam inglês e adotaram o
modo de vida e a cultura americana.
Empresas como a AT&T e JPMorgan Chase já montaram ou contrataram
call centers por aqui. EUA, Europa e, em menor medida, a Índia
exportaram empregos para as Filipinas.
A Índia, pioneira no fenômeno da migração dos call centers, tem até
350 mil atendentes, segundo algumas estimativas do setor. As
Filipinas, com apenas 10% da população indiana, superaram a Índia
neste ano, com 400 mil atendentes.
Mas os executivos vêm cada vez mais identificando lugares que sejam
adequados a tarefas específicas. A Índia, por exemplo, continua
sendo o principal destino para a terceirização do software.
Nos EUA, atendentes de telemarketing ganham um salário inicial em
torno de US$ 20 mil por ano, quase US$ 2 mil por mês.
O negócio dos call centers cresce 25% a 30% por ano nas Filipinas,
contra 10% a 15% na Índia, segundo o Everest Group, que monitora
esse mercado.
As Filipinas têm uma infraestrutura superior à da Índia, suas
cidades são mais seguras e seu transporte público é melhor.
No ano passado, o faturamento com a terceirização totalizou US$ 9
bilhões, ou 4,5% do PIB filipino. Dez anos antes, esse setor
praticamente não existia. O governo oferece subsídios e isenções
fiscais às empresas.
BAJAJ, V. Filipinas viram nova capital dos call centers.
Folha de S. Paulo, 12/12/2011 (adaptado).
A respeito do caso relatado acima, avalie as afirmações a
seguir.
I. O texto exemplifica o conceito de economias de escala, decorrente
dos baixos salários praticados nas Filipinas e na Índia.
II. A operação em larga escala das empresas do setor de call centers
nas Filipinas é viabilizada pela existência de vantagens comparativas
nos fatores produtivos relevantes para a atividade.
III. A terceirização dos serviços de call centers é motivada pelo
esforço de redução dos custos de transação.
É correto apenas o que se afirma em
A) II.
B) III.
C) I e II.
D) I e III.
E) II e III.
ENADE 2012 - QUESTÃO 25
Após analisar o mercado, um empresário deseja contratar
uma consultoria para entender o comportamento da demanda para o seu
produto. O consultor contratado responde que uma variação no preço
produz dois efeitos: efeito substituição e efeito renda. O efeito
resultante depende do tipo do bem e pode ser descrito pela equação de
Slutsky,
O lado esquerdo da igualdade representa o efeito total da variação
do preço; o primeiro termo do lado direito é o efeito substituição;
o segundo termo (incluindo o sinal negativo) é o efeito
renda; x é a quantidade do
bem; p é o preço; e m é a renda.
Analisando os sinais das derivadas, o consultor deveria identificar
que,
ENADE 2012 - QUESTÃO 26
Quando o atual presidente dos Estados Unidos da América, Barack
Obama, foi eleito em 2008, uma das plataformas de sua campanha foi a
reforma do sistema público de saúde, por meio do Affordable Care Act
(“Lei de Acesso à Saúde”), assinado em março de 2010.
O propósito
dessa lei é permitir o acesso de todos os americanos aos serviços
básicos de saúde, mesmo aos que tenham planos privados de saúde, e
àqueles que não pagam o seguro social, visando garantir serviços de
saúde a toda a população, principalmente aos mais vulneráveis,
mediante uma contribuição obrigatória dos cidadãos norte-americanos.
De acordo com o texto acima e em consonância com as características
econômicas dos bens públicos, a lei americana proposta por Barack
Obama justifica-se porque
A) torna eficiente a oferta privada de um bem semipúblico à população
mais vulnerável, devido ao sistema de regulação ao qual a reforma se
submete.
B) procura restabelecer ao Estado sua função de provedor universal do
bem e restringir sua oferta pela iniciativa privada, por se tratar de
bem público essencial.
C) pretende corrigir falhas na oferta privada de um bem público puro
que permite a ocorrência de Free Riders (caroneiros), mesmo quando há
um sistema de regulação eficiente.
D) gera externalidades positivas, à medida que permite o acesso a um
bem público puro, não exclusivo e não disputável, devendo ser
oferecido pelo Estado sem nenhuma contrapartida direta de contribuição
pelo usuário.
E) pretende corrigir as falhas de mercado que inibem a oferta
eficiente de determinado bem a toda a população, dadas as
características específicas desse bem, cuja oferta é possível pelo
setor privado mas conflitante com o interesse público.
ENADE 2012 - QUESTÃO 27
O Brasil produz e distribui cerca de 44 milhões de metros cúbicos de
água por dia. Destes, 15 milhões são coletados através de redes
gerais, mas apenas 5 milhões de metros cúbicos são retornados ao
meio ambiente com tratamento adequado.
Cerca de 39 milhões de metros
cúbicos de água não são retornados com tratamento, sendo, em grande
parte, despejados in natura no solo ou em cursos d’água. O volume de
água que, a cada mês, é distribuído para consumo e que não retorna
ao ciclo natural com o tratamento adequado equivale à metade do
volume de água contido na Baía da Guanabara. A cada ano, esse volume
tem a ordem de grandeza equivalente a seis baías da Guanabara.
As consequências mais conhecidas da falta de redes de água e de
esgoto manifestam-se na forma de uma proliferação de doenças
gastrointestinais que sobrecarregam o serviço de saúde pública.
Essas doenças e a mortalidade infantil diminuem o capital humano dos
indivíduos mais pobres.
TUROLLA, F. A.; OHIRA, T. H. Disponível em:
<http://www.sober.org.br>.
Acesso em: 17 jul. 2012 (adaptado).
Considerando o texto apresentado, avalie as asserções a seguir
e a relação proposta entre elas.
I. As consequências a que se referem os autores no texto acima podem
ser denominadas como externalidades e constituem falhas de mercado.
PORQUE
II. O uso de mecanismos de regulação é recomendado como forma de
eliminar falhas de mercado.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma
justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição
falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição
verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
ENADE 2012 - QUESTÃO 28
Com o objetivo de captar o impacto de uma expansão do
investimento público, IG , sobre o investimento privado, IP , optou-se
por estimar a equação ln(IP )t = β1 + β2.rt + β3.ln(IG)t + ut , em que
rt é a taxa de juros de mercado, β1, β2 e β3 são os coeficientes da
regressão e ut é o termo de erro aleatório, com média zero e variância
constante.
A partir de uma amostra de 33 observações temporais para um
dado país, foram encontrados os seguintes resultados, usando-se o
método de mínimos quadrados ordinários.
Observa-se que, entre parênteses, estão os erros-padrão dos
coeficientes estimados; S² é a variância estimada da regressão; SQT
é a soma dos quadrados totais; F é a estatística F da regressão;
t30;0,025 é o valor crítico de uma distribuição t com 30 graus de
liberdade e 5% de significância.
A interpretação da equação de regressão estimada permite concluir
que
A) 45% das variações do investimento privado são, com base nessa
amostra, explicadas pelo modelo.
B) a soma dos quadrados dos resíduos do modelo é igual a 16,5.
C) o impacto produzido pelo investimento público sobre o
investimento privado é estatisticamente significante ao nível de 95%
de confiança.
D) um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros produz um
aumento de 0,35% no investimento privado, que é significante ao
nível de 5% de significância.
E) as variáveis taxa de juros e logaritmo do Investimento público,
em uma análise conjunta, não são estatisticamente significativas ao
nível de 1% de significância.
ENADE 2012 - QUESTÃO 29
Na discussão sobre os determinantes da renda dos indivíduos,
argumenta-se que a experiência e a educação influenciam positivamente
a renda no mercado de trabalho. Contudo, o efeito da educação é
convexo, enquanto o da experiência é côncavo, ou seja, um ano a mais
de educação aumenta cada vez mais a renda, ao passo que um ano a mais
de experiência aumenta cada vez menos a renda.
Além disso, indivíduos com mesmo nível de educação e escolaridade
podem ter níveis de renda diferentes no mercado de trabalho devido a
um efeito segmentação ou efeito discriminação. Entre os fatores que
explicam a segmentação, incluem-se a formalidade do trabalho, o setor
de atividade e a sindicalização.
Já a discriminação se expressa pelos
diferenciais de renda por gênero e etnia para indivíduos que possuem
mesmos atributos produtivos. Suponha que um técnico do Ministério do
Trabalho resolva testar as hipóteses mencionadas acima propondo o
modelo seguinte.
em que lnY é o logaritmo da renda do trabalho; EDUC é a variável que
expressa anos de escolaridade; EXP é a variável referente a anos de
experiência; Xj são as variáveis de controle para segmentação e
discriminação; β1, β2, β3, β4 e γj são os parâmetros a serem estimados; u é o termo de erro
aleatório, com média zero e variância constante.
Entre os resultados da estimação do modelo, seria adequado o técnico
conjecturar que
A) β2 < β4 .
B) β3 > 0 e β5 < 0.
C) os parâmetros γj são estatisticamente insignificantes.
D) um ano a mais de experiência produz um aumento percentual na
renda igual a β5, para
pessoas sem experiência no mercado de trabalho.
E) um ano a mais de educação produz um aumento percentual na renda
igual a β2 + 10β3, para pessoas com 10 anos
ENADE 2012 - QUESTÃO 30
O gráfico da figura 1 ilustra a reta orçamentária para um
investidor avesso ao risco, que pode investir sua riqueza em um ativo
de risco, com retorno esperado rm e
desvio-padrão σm , ou em um ativo sem risco, com
retorno rf .
Se o investidor escolher aplicar uma
parcela maior de sua riqueza no ativo de risco, terá um retorno
esperado maior, mas também correrá maior risco. Logo, a reta
orçamentária mede o custo de se conseguir um maior retorno esperado em
termos do aumento do desvio-padrão do retorno (risco). As curvas de
indiferença ilustram as preferências individuais com relação ao
retorno e ao risco.
Na figura 2, as duas retas orçamentárias ilustram
duas opções de construção de carteiras de ativos com relações
retorno-risco diferentes.
Nesse modelo de escolha de carteira de ativos pelo investidor avesso
ao risco,
A) (rx, σx) é a carteira que produz a maior satisfação para o
investidor, entre as carteiras possíveis representadas na figura 2.
B) a inclinação da reta orçamentária mede como o risco e o retorno
podem ser substituídos na escolha de carteira de ativos, chamada de
preço do risco.
C) a carteira de ativos com retorno e risco (ry, σy)produz
maior satisfação para o investidor que a carteira de ativos com
retorno e risco (rx, σx).
D) as curvas de indiferença têm inclinação positiva, pois trata-se
de uma escolha entre um “bem”, o risco, e um “mal”, o retorno.
E) é preferível escolher uma carteira de ativos aumentando a
proporção de ativo de risco, se a taxa marginal de substituição
entre risco e retorno for maior que a inclinação da reta
orçamentária.
ENADE 2012 - QUESTÃO 31
A equação não fecha Aposta-se, atualmente, que o mercado interno
salvará a economia brasileira: que o aumento dos salários acima da
produtividade, além de reduzir a desigualdade, criará demanda para a
indústria e compensará a taxa de câmbio sobre apreciada.
Em outras
palavras, a mesma receita que deu bons resultados no passado poderia
ser repetida agora. Mas, desta vez, temo que a equação não feche.
Ainda será possível elevar salários reais sem alta da inflação,
porque o preço global das commodities tende a baixar, mas é
exatamente isso que tira espaço à política econômica do governo.
Durante o governo anterior, a taxa de crescimento do PIB dobrou,
enquanto a diminuição da desigualdade econômica, que já vinha
ocorrendo, se acelerou. Mas isso foi alcançado sem que se
enfrentasse o problema fundamental: a taxa de câmbio sobreapreciada.
Em vez disso, aproveitou-se a contínua apreciação do real para
manter a inflação baixa, ao mesmo tempo em que os salários
aumentavam.
Nesse quadro, a desindustrialização iniciada em 1990 prosseguiu, mas
o setor sobreviveu porque contou com o mercado interno duplamente
aquecido: pelo aumento do mínimo e pelo aumento dos salários reais
decorrente da baixa do dólar.
O país, que deveria apresentar elevado superavit graças ao aumento
do preço das commodities, voltou ao deficit em conta-corrente.
A médio prazo, uma política de crescimento voltada para o mercado
interno é tão inviável quanto a alternativa de uma economia voltada
para as exportações. Mercado interno e exportações precisam crescer
concomitantemente.
PEREIRA, L. C. B. A equação não fecha. Folha de S. Paulo,
19/12/2012.
Disponível em: <www.bresserpereira.org.br>.
Acesso em: 10 jul. 2012 (adaptado).
O título do texto acima, “A equação não fecha”, refere-se ao
trade-off entre
A) inflação e salários reais.
B) preço de commodities e crescimento econômico.
C) deficit em conta-corrente e crescimento econômico.
D) aumento do salário mínimo e apreciação cambial.
E) redução de desigualdades econômicas e crescimento econômico.
ENADE 2012 - QUESTÃO 32
Nas últimas décadas, um grande número de países em desenvolvimento
promoveu medidas de liberalização da conta de capitais de seus
balanços de pagamentos em contraste com o quadro vivido do final da
segunda grande guerra até meados dos anos 1980, quando prevaleceram
controles e restrições sobre operações financeiras internacionais.
A
transmissão da política monetária é profundamente afetada pela
liberalização dos fluxos de capitais. Quando o movimento de capitais é
liberalizado e o regime de câmbio é flutuante, um dos efeitos mais
importantes da fixação da taxa de juros pelo Banco Central se dá
precisamente sobre a entrada e a saída de capitais. Isso ocorre porque
os detentores de capitais, tanto domésticos como estrangeiros, podem
escolher o objeto de suas aplicações sem se preocupar com barreiras
nacionais.
DE CARVALHO, F. J. C. et al. Economia monetária e financeira: teoria e
política.
Rio de Janeiro: Campus, 2 ed., 2007 (adaptado).
Considerando o contexto acima, avalie as seguintes asserções e a
relação proposta entre elas.
I. Com a liberalização da conta de capitais e a adoção do regime de
câmbio flutuante nos países em desenvolvimento, em contraste com as
medidas adotadas no período que vai da segunda grande guerra até meados
dos anos 1980, passou a prevalecer o câmbio como canal de transmissão da
política monetária.
PORQUE
II. As variações das taxas de juros de curtíssimo prazo promovidas pelos
Bancos Centrais dos países em desenvolvimento, a partir de meados dos
anos 1980, alteraram a rentabilidade dos ativos domésticos em relação a
ativos externos nessas economias, induzindo a movimentos de entrada e
saída de capitais e às consequentes variações no poder de compra externo
da moeda doméstica e nos preços locais de bens importados.
Com relação a essas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma
justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição
falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição
verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
ENADE 2012 - QUESTÃO 33
Os gráficos 1 e 2 representam o equilíbrio econômico segundo o
modelo IS-LM-BP para os países Alfa e Beta, respectivamente. Ambos os
países praticam regime de câmbio fixo, contudo, conforme os gráficos
ilustram, há clara diferença na mobilidade de capitais entre eles.
Para estimular a economia e provocar o crescimento do emprego e da
renda, as autoridades monetárias dos dois países resolveram implantar
uma política monetária expansionista.
Diante da situação-problema exposta, avalie as seguintes análises
acerca dos impactos da adoção de uma política monetária expansionista
em ambos os países.
I. No país Alfa, a política reduziu a taxa de juros doméstica e
deslocou a curva LM para a direita, provocando a desvalorização do
câmbio, que estimulou o crescimento das importações e a elevação do
nível do produto e da renda.
II. No país Beta, a política reduziu a taxa de juros doméstica e
deslocou a curva LM para a direita; tal medida, porém, estimulou a
saída de capitais financeiros e a consequente redução da oferta de
moeda, deslocando a curva LM para a esquerda, com a consequente
elevação da taxa de juros.
III. No país Alfa, que tem baixa mobilidade de capitais, a queda na
taxa de juros provocará uma saída de capitais pela conta financeira
menor que a provocada no país Beta, que tem maior mobilidade de
capitais.
IV. No país Beta, que tem alto grau de mobilidade de capitais, a
política monetária expansionista provocará fortes entradas de capital
financeiro a partir do momento em que a taxa real de juros doméstica
ficar abaixo da taxa real de juros internacional.
É correto apenas o que se afirma em
A) I.
B) IV.
C) I e II.
D) II e III.
E) III e IV.
ENADE 2012 - QUESTÃO 34
No Brasil, o regime de metas de inflação foi instituído pelo Decreto
n.º 3.088, de 2 de julho de 1999, após a adoção do regime de câmbio
flutuante, em janeiro daquele ano. Desde sua adoção até 2005, a
política monetária foi consideravelmente restritiva: a Selic foi
mantida em níveis muito elevados, principalmente se comparada com as
taxas de juros internacionais.
Nesse período, o PIB apresentou taxa
média de crescimento de apenas 2,3% a.a. e, entre os anos de 1999 e
2003, os preços administrados acumularam variação de 93%, muito
acima da inflação medida pelo IPCA, acumulada em 53% no mesmo
período.
A partir de 1999, tornou-se claro o efeito perverso da
política monetária sobre as contas públicas, ou seja, como o
pagamento de juros era muito alto, verificaram-se deficits nominais
superiores a 3,5% do PIB, a despeito dos elevados superavits
primários, cuja média foi de quase 4% do PIB. Isso ocorreu devido à
elevada participação das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs -
indexadas à Selic) na dívida pública, cerca de 50%.
Assim, a
manutenção da Selic em níveis elevados resultou em custo financeiro
igualmente elevado: a despesa com juros da dívida foi em média 8,1%
do PIB, de 1999 a 2005.
DE CARVALHO, F. J. C. et al. Economia monetária e financeira: teoria
e política.
Rio de Janeiro: Campus, 2 ed., 2007 (adaptado).
Considerando as consequências do caráter restritivo da política
monetária anti-inflacionária adotada no Brasil e descritas no texto,
avalie as afirmações abaixo.
I. De 1999 a 2005, a política monetária restritiva e a apreciação da
taxa nominal de câmbio reduziram a eficácia do único instrumento
utilizado no país para estabilizar preços: a taxa de juros.
II. De 1999 a 2005, a alta participação das LFTs na dívida pública
dificultou a queda da taxa de juros.
III. De 1999 a 2003, a indexação de parte do IPCA aos preços
administrados, que respondem por, aproximadamente, 30% de sua
composição, tornou evidente que parcela considerável da inflação
estava fora do alcance da política de juros do Banco Central do
Brasil.
IV. De 1999 a 2003, as informações sobre inflação demonstram que, para
assegurar o cumprimento das metas de inflação, é necessário que os
preços livres – determinados pelas condições de oferta e demanda –
sejam excessivamente represados para compensar a forte pressão
exercida pelos preços administrados sobre o IPCA.
É) correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
ENADE 2012 - QUESTÃO 35
O sistema de Bretton Woods afastou-se do sistema denominado
Padrão-Ouro em três aspectos fundamentais: taxas de câmbio atreladas
tornaram-se ajustáveis e sujeitas a condições específicas (...), o
uso de controles foi autorizado para limitar os fluxos de capitais
internacionais e uma nova instituição, o Fundo Monetário
Internacional (FMI), foi criada para monitorar as políticas
econômicas nacionais e oferecer financiamento ao balanço de
pagamentos para países em risco. Essas inovações pretendiam
solucionar as principais preocupações herdadas das décadas de 1920 e
1930 dos formuladores de política econômica.
EICHENGREEN, B. Globalizing capital: a history of the International
Monetary
System. 2 ed. Princeton: Princeton University Press, 2008
(adaptado).
Com base no texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a
relação proposta entre elas.
I. Com o abandono dos mecanismos de ajuste automático existentes
durante a vigência do sistema do padrão-ouro, o uso de controles de
fluxos de capitais tornou-se essencial para a manutenção da
estabilidade das taxas de câmbio.
PORQUE
II. O FMI não possuía recursos suficientes para financiar os deficits
temporários de balanço de pagamentos dos países-membros do acordo de
Bretton Woods, quando esses ocorressem.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma
justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição
falsa.
D)A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição
verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
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